Mal consigo ouvir
o "tic tac" do despertador,
sobre o criado mudo
ao lado da cama, o teu lado preferido.
Não quero agora fazer nenhum ruído,
pode te despertar.
Não quero que se vá ainda,
ainda espero mais uma vez, te amar
antes que o despertador,
que você mesma acionou..., desperte.
Por mim, jogava-o fora,
pela janela o projetava,
se espatifava lá em baixo na calçada.
Adoraria vê-lo em pedaços,
para nunca mais te lembrar
que tens que ir embora.
Me deixar aqui sozinho,
sempre a espera de quando vai poder voltar,
me ver e se deitar ao meu lado,
mesmo que seja por momentos,
por uma breve noite apenas...
Não me deixa amor,
fique, nem que seja até o amanhecer,
verás que ainda surpresas tenho para te mostrar.
Nosso caso não pode se resumir a isso.
Noites fugazes e intercaladas,
momentos de paixão inesperadas,
um amor que não se firma...
Em teus delírios noturnos,
teus gemidos felinos,
quando me cobre com teu corpo nu.
Aquece-me, conclama-me, para te atingir plenamente.
Como posso te deixar ir assim,
Não quero, não devo, não mereço te perder...
Vou desligar o maldito relógio,
travar sua campainha,
jogá-lo para o canto, inerte.
Vais amanhecer ao meu lado,
vai receber os beijos de teu amante,
com café na cama, sorridente.
Quero te acordar e olhar em teus olhos penetrantes,
e beijar esta boca, bela e sufocante.
Repousa amor,
prometo não incomodar por toda esta noite,
descansa...
Gerson Araujo Almeida
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