Na economia da vida, 
o maior desperdício 
é fazer poupança de amor. 
Prejuízo na certa. 
Amor é para gastar, 
mostrar, ostentar. 
O amor, aliás, 
é a mais saudável forma 
de ostentação que existe no mundo. 
Vai por mim, amar é luxo só. 
Triste de quem sente e esconde, 
de quem sente e fica no joguinho dramático, 
de quem sente e guarda 
a sete chaves. 
Sinto muito.
Amor é da boca para fora. 
Amor é um escândalo que não se abafa. 
“- Eu te amo!” 
É para ser dito, desbocadamente. 
Guardar:
“- Eu te amo!” 
é prejudicial à saúde.
Na economia amorosa, 
só existe pagamento à vista, 
missa de corpo presente. 
O amor não se parcela, 
não admite suaves prestações.
Não existe essa de amor só amanhã, 
como na placa do fiado do boteco. 
Amor é hoje, aqui, agora... 
Amor não se sonega, 
amor é tudo a declarar.
Poema de Braulio Lalau

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ResponderExcluirCrônica de Xico Sá.
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