quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Olhando você na cama.


Mal consigo ouvir 
o "tic tac" do despertador,
sobre o criado mudo 
ao lado da cama, o teu lado preferido.
Não quero agora fazer nenhum ruído, 
pode te despertar.
Não quero que se vá ainda, 
ainda espero mais uma vez, te amar
antes que o despertador, 
que você mesma acionou..., desperte.

Por mim, jogava-o fora, 
pela janela o projetava, 
se espatifava lá em baixo na calçada.
Adoraria vê-lo em pedaços, 
para nunca mais te lembrar 
que tens que ir embora.
Me deixar aqui sozinho, 
sempre a espera de quando vai poder voltar, 
me ver e se deitar ao meu lado,
mesmo que seja por momentos, 
por uma breve noite apenas...

Não me deixa amor, 
fique, nem que seja até o amanhecer,
verás que ainda surpresas tenho para te mostrar. 
Nosso caso não pode se resumir a isso.
Noites fugazes e intercaladas, 
momentos de paixão inesperadas, 
um amor que não se firma...

Em teus delírios noturnos, 
teus gemidos felinos, 
quando me cobre com teu corpo nu.
Aquece-me, conclama-me, para te atingir plenamente.
Como posso te deixar ir assim, 
Não quero, não devo, não mereço te perder...

Vou desligar o maldito relógio, 
travar sua campainha, 
jogá-lo para o canto, inerte.
Vais amanhecer ao meu lado, 
vai receber os beijos de teu amante, 
com café na cama, sorridente.
Quero te acordar e olhar em teus olhos penetrantes, 
e beijar esta boca, bela e sufocante.

Repousa amor, 
prometo não incomodar por toda esta noite, 
descansa...

Gerson Araujo Almeida

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