sábado, 14 de maio de 2016

As folhas do meu quintal


As folhas que ontem caíram no chão,
não as recolhi, nem o chão varri.
Permanecem lá, como estavam ontem.
São folhas mortas, 
lágrima que foram derramadas,
do alto de suas donas, 
as árvores do meu quintal.

Me pediram para que não as tocasse,
seriam lembranças de vidas passadas,
experiência alegres 
que ainda estão em suas memórias.

Assim como nós, 
elas também vivem por alguma razão de ser,
vivenciam nossas vidas 
e se sentem impedidas de corresponder,
nos responder, apenas observam 
e sentem nossas angústias e vazios da alma.

Se somos parte de um todo, 
quanto a isso não há a menor dúvida,
viemos do mesmo lugar, 
da mesma essência e pó de estrelas.
Quando tudo foi criado 
e espalhado no universo que conhecemos.

Não sei se vão achar estranho esse poema, 
mas é o melhor que pude criar agora.
Nessa noite sombria e calada, 
fria e escura, soturna.

Queria estar bem mais alegre, 
sorridente, saltitante e feliz,
mas felicidade é coisa cara, 
por vezes inacessível numa determinada hora.
Quem sabe ao raiar do dia, 
os raios generosos do astro rei, me anime.

Varrerei o quintal, 
vou recolher as tais folhas lacrimadas de ontem.
E possa testemunhar a suas donas 
as árvores do meu quintal,
que a vida é mais importante que tudo.
Que sempre vamos encontrar alguém 
ou algo pelo qual vamos nos apaixonar.

Gerson Araujo Almeida

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