Disse-me a Lua: "- Espera por ela!"

As gotas do orvalho da noite passada,

tocaram tua pele alva.

Desprovida dos fortes raios do Sol, meu rival, 

que insiste em antecipar meu bom dia. 

Disse-me que hoje sem falta, viria

Meu olhar suspeito, descortina teu peito, 

aprisionado e protegido, 

objeto de meu prazer que você não nega me oferecer. 

Que carinhosamente acaricio, 

com meus lábios molhados e ansiosos.

Ontem fomos perfeitamente harmoniosos.

Nada me fará desistir de te amar, 

vou buscar energias, 

a tua revelia me colocarei e esperarei o momento certo. 

Quero que nossos pensamentos se cruzem, 

na encruzilhada dos desejos os realizaremos, 

quero plantar em ti minha semente, 

fecundar este prado aveludado que teu corpo representa. 

Venha meu amor, 

te espero por toda noite. 

A Lua companheira dos poetas, 

já sabe de minhas necessidades, 

me ajuda na espera, incentiva, e prepara, 

me cobre com seu manto prateado. 

Avisa de tua presença, 

conspira para que nos encontremos, 

mesmo que seja as escondidas, 

no escuro de meu quarto sobre a cama de nossos pecados.

Me diz:  "- Espera por ela!"

Chama quando estiver perto, espero

Lançarei a chave de nosso esconderijo secreto, te quero

Espero poder, até o dia amanhecer, te prender

Una teu corpo ao meu, fundirei ao teu, meu coração

Salienta minha pele, eleva meus pelos, bem sabes como fazê-lo

Acaba com minhas vontades, cala minha boca com teus ardentes beijos

Gerson Araujo Almeida