Cada trecho de ponte
foi testemunha de nosso amor,
carregado de emoções fortes,
te cobria com minhas mãos,
cada folha que caia sugeria
que cobrisse tuas intimidades.
Que não revelasse ao mundo
nossos tesouros, nossas fontes de prazer.
Quando passo por aqui,
relembro e posso imaginar estes momentos,
tão sagrados, tão envolventes e ardentes
que nos marcaram.
Tu vinhas alegre e saltitante,
num passo rápido ao meu encontro.
Nossas horas, paravam por momentos,
nossas tardes eternizavam-se.
Cada gota de orvalho,
quando a noite chegava,
anunciava nossas partidas.
Sempre que posso aqui retorno,
na esperança de te ver,
encontrar aquele sonho que passou,
que nunca quer me deixar esquecer.
Ainda posso ver,
teu corpo no caminho, deitada ao desalinho,
entre folhas e galhos das rosas que já secaram.
Só restam a velha paisagem,
a antiga ponte de madeira que leva até tua casa.
Nunca me convidaste,
nunca insisti, preferia que fosse ali nosso doce coito.
Nosso induzido relacionamento
que bastante tempo durou.
Sempre vou levar na mente esta imagem,
tão bela e sedutora de ti,
a amante perfeita,
que sempre achava um jeito
de me encontrar na velha ponte.
Gerson Araujo Almeida