quarta-feira, 1 de junho de 2016

Nosso tempo é agora


Há de chegar o dia, e não tarda,
que te verei sorrindo de braços abertos,
me receber em tua morada.
Sufocarei para sempre tua angústia,
que te deixava na dúvida que te amo.
Precisou todo esse tempo 
para que descobríssemos tal verdade.

Não culpe o tempo meu amor,
ele não é culpado de só agora me despertar,
de só agora eu entender que você é meu bem querer.
Teremos nossas presenças aconchegadas,
vamos acabar com esse abismo,
não mais intransponível, agora,
plenamente visível.

O sentido de tudo mudou nesse instante,
acredite que o destino já havia plantado em nós,
os desejos que sentimos, o amor que nos prendeu,
todo esse tempo.
Seque teu pranto, aqui estou de pronto.
Nada mais de dor nesse coração ferido,
involuntariamente fui o culpado,
por não entender você...

Te leio com clareza, 
nossas cartas estão sobre a mesa,
abri cada uma e posso entender o teu pranto.
Como fui ingênuo todo esse tempo
e não percebi que sempre esteve ao meu lado calada,
esperando um gesto maior meu...

As neves de teus cabelos secarei,
te envolverei em meus braços ainda fortes.
O calor de meu peito ainda vai te aquecer.

Vou me apressar meu amor,
é só me dizer quando posso 
empreender minha nova jornada.
Quero te seguir lado a lado.
Acalmar esse coração que suplica,
que me chama baixinho, que me quer pertinho.

Remova tudo que te possa lembrar minha ausência,
escritos mal redigidos, rimas mal elaboradas, versos agora malditos.
Não lerei nunca mais aquela frase que disseste um dia:
"- Aqui jaz um coração que te amou tanto"

Gerson Araujo Almeida

(Poema inspirado em: "Enquanto há tempo", 
de Débora Benvenuti).

Um comentário: