quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Quando passa esse trem...


A que horas passa esse trem,
quero embarcar urgentemente.
Sem destino certo, sem tempo para volta.
Quero sumir daqui e te levar comigo para bem longe.
Para um lugar que não sei se existe,
onde possamos ouvir os pássaros pela manhã ao acordar.
Sentir o murmúrio das água de um rio próximo.
Ver o vento agitar as folhas nos pomares ao fundo do quintal.

"- Será que este tal lugar existe?"

Levar teu café na cama, te beijar e te alimentar de desejos.
Te deitar na relva fresca ainda úmida do orvalho da noite passada.
Passar os dias lendo bons livros, escrevendo meus poemas.
Me inspirando em você, 
minha musa criadora, minha razão de tudo.

Se tal lugar não existir, vou criar.
Vou levantar uma casa, uma cabana, que seja uma choupana,
não importa, mas esse lugar vou fazer surgir.
Por hora, fica aqui o esboço em palavras, a ti dedicadas.

Ouça os trilhos da ferrovia, os sons dos atritos,
logo teu trem irá chegar, me deixe embarcar contigo?

Não levo bagagem, 
apenas um coração sofrido pelo tempo,
solitário e que quer te amar.
As roupas do corpo me bastam, 
dinheiro no bolso, pouco, minhas riquezas são outras.
Mas garanto que nada te faltará.

Viveremos os nossos sonhos, 
nossos desejos de amantes.
Vamos, embarcar o quanto antes, 
o tempo não para.
Quero envelhecer ao teu lado, 
entre flores e luzes dos astros.
Banhados seremos sempre pela luz da Lua, 
que serenamente nos cobrirá.

Gerson Araujo Almeida 

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