sábado, 10 de outubro de 2015

Palhaça fui eu


Quando sonhamos acordada em meio aos atritos, corremos seriamente o risco de sermos enganada, com nossas próprias ilusões. Ali se ama, se vive e deseja ser tudo que um dia sonhou. Sonhar alto é como andar na corda bamba a todo momento e notar que todos prestam atenção no equilíbrio da bailarina. Ali ninguém percebe que ela tem medo da altura, medo de não haver uma cama elástica para ela cair, porque confia no amor em que sua profissão determina. Mas a bailarina tem sonhos, desejos, esperanças, expectativas. Que sem dúvida alguma, para quando ela dali sair!  Esperando ter um baita abraço, junto com aplausos. 

Assim é o nosso dia a dia, vivendo em corda bamba e cheia de imaginação, sonhos que queremos viver. Você luta, corre atrás, planeja, sofre, ama e por um instante é também amada, mas nesse circo da vida muitas vezes você passa pela corda bamba sonhando que no final você será amada. No lugar dos aplausos, no lugar do medo a doce lembrança do que você enfrentou. Para atravessar e ser feliz, e no final você entrega-se intensamente. 

O seu papel, aquele que você esqueceu, no qual só você foi a atração principal. O espetáculo da vida estava vazio e sem ninguém para te aplaudir e te abraçar. Com aquele amor inocente de uma criança, mas com um desejo inabalável de uma bela fragrância de mulher. Que lá de cima via seu mágico adorável aparecer em meio ao cenário. Que se confundia com a inocência. Só tentando ser amada, e quando as cortinas se fecham só se encontrava a bailarina e as frustrações de um amor que começou e no fim não teve, nem abraços, nem aplausos, nem a certeza, nem palavras. Que ali ficariam juntos, e se percebeu que em meio a multidão e todos os esforços, foram em vão. 

Descobre-se que no meio do sonho e da ilusão do amor, a "palhaça" foi somente eu! As lágrimas não se contiveram ao descer pela face e jamais encontrou o amor que tanto dedicou, para vir secá-las.

Josiane Ramos
www.facebook.com/josiane.mramos

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