quinta-feira, 23 de julho de 2015

Na solidão da noite.


A noite foi chegando sorrateira e fria, notei que estava completamente só, olhei em volta só o vazio, os móveis pareciam solitários. Liguei o computador procurei amigos e amigas "online", justo naquela noite não encontrei você, não estava lá!

Naveguei um pouco, pelos "sites", nada interessante. A solidão ali, do meu lado tentando me pegar. Peguei um livro era sobre solidão, foliei as páginas, todas falavam de solidão. "Não! Não vou ler!" A cama convidava-me a deitar, o relógio marcava dez horas, cedo para dormir. Escrever.., sim escrever, interagir com o personagem, é isso!

Minutos olhando a tela do computador, cadê a inspiração. O jeito era aceitar o convite da cama, viajar no sonho, mandar a solidão as favas. Coloquei a minha música preferida imediatamente lembrei de você. Aconcheguei-me debaixo do cobertor, ordenei o meu corpo a relaxar, queria esvaziar minha mente, Muitos personagens viajavam por lá, mentalizei seu rosto, seu sorriso, seu olhar hipnotizante, no meio a tantos, você não estava lá! Não vou dormir! Coloquei o casaco por cima do pijama, calcei as botas de cano alto, prendi os cabelos os cobri com uma boina. Entrei no carro, ouvi:
"- Aonde vai!" 
"- Não sei!" Respondi.

Rodei por várias ruas, a solidão atrás tentando me pegar, tudo deserto, pouca iluminação. A lua reinava no meio das estrelas, um minuto de lucidez e estava na frente do bar da Brahma, estacionei e entrei. Ninguém percebeu, sentei-me a uma mesa na qual podia observar muitos solitários, estavam ali fugindo da solidão. Ela, a solidão espreita entre as mesas. Ouvi alguém dizer:
"- Estou livre divorciei-me, agora sou feliz!" 
"- Será? Mentira! Também fugia da solidão!"

Olhares tristes interrogativos plainavam pelo salão, Sorrisos falsos, fingiam serem felizes. Duas gotas de lagrimas rolou pela face do senhor da mesa da frente. Queria ajudar. Você entrou como seu sorriso branquinho sentando-se na cadeira a minha frente, enxugou lagrimas do meu rosto com as costa da mão. Interroguei-o com olhar, como podia me encontrar? Seria você a me acariciar? Por um instante nossas almas se encontraram, carinhosamente convidou-me para caminhar. A rua estava deserta e fria, a lua ainda reinava no céu, o carro solitário no estacionamento. Você encostou teu corpo no meu, segurou meu rosto entre suas mãos, beijo-me, suavemente, convidando a entrar. 

O som da música me despertou, sentei-me na cama, a música era alta, som de flauta. Dizia te amo,
olhos fechados saboreie o gosto de seu beijo e adormeci.

Rosalina Cândida de Carvalho
www.facebook.com/rosalinacandida.carvalho


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