sexta-feira, 17 de julho de 2015

Libertação


Não sei de onde veio o desejo de abrir,
recados que recebi.
E outros que não enviei,
só para sentir se hoje ainda resta
o que já teve sentido um dia.

Mas o pensamento muda,
pontos de vista morrem e outras verdades surgem.
No lugar das que dormem, de todos os que reli,
que recebi ou não enviei.
Apenas um eu escondi:
"- Aquele que me entregastes, pouco antes de o trem partir!"

Nele estão as promessas,
as lembranças dos dias de festa.
Em que nos perdemos no salão, entre passos de dança. 
Das valsas, que valsei descalça, para sentir que meus pés no chão, 
não impediam que eu voasse.
Segura em seus braços, presa à mais doce prisão!

Então, num gesto incontido, rasguei o recado antigo.
Que eu guardava! 
Queimei o último vestígio.

Do passado morto que em mim morava!

Naget Cury
www.facebook.com/naget.cury

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