sábado, 6 de junho de 2015

Desafio


Dedicado a : 
Valer Frota
Gerson Araújo
Cacilda dos Santos Loureiro

Hoje fui desafiada a fazer tercetos, justo eu, a menor de todos aqui dentro. Concordei afinal veio de um amigo querido. Eu parei, me debrucei na janela e pensei: O que são tercetos?  Olhei para o céu em desalento, Google você é um grande instrumento. A palavra digitei, li a primeira frase, e no peito veio o entendimento. Fui ler e ver o que na literatura significa o terceto . Nada mais é que um tipo de estrofe, precisa ter três versos e não terminar em verbos. 

Ai pensei: como explicar o que se passa aqui dentro? Como meus amigos compreenderam o meu coração? E rapidamente me lembrei ele toca violão, muito bem Poetisa da Chuva, faça a ele uma ilustração, Use o violão para que ele compreenda com o sentimento. Vamos usar a imaginação.

De um menino que cresceu tocando e cantando canções,
no curso da vida sofre um acidente e perdeu a movimentação.
Cantar nem pensar, pois está treinando a fala .

O violação seus dedos tortos mal conseguem segurar,
Imagine a dor em seu coração?
Pobre rapaz para falar eu te amo, demora muito.

Perdeu sua coordenação,
imagina a dor no seu peito?
Não poderia mais tocar o instrumento?

Mas a musica nunca saiu do seu coração,
e fazendo fisioterapia,
foi retomando bem lentamente.

Ele balbuciava o que ele acreditava ser canção,
Amigos queridos, assim sou eu com a pontuação.
( .................................................)

Me emocionei, veio do coração.
Perdão se no desafio vou falhar então.
Preciso parar e pensar o que é verbo?

O que é pronome? 
Aonde ponho essa pontuação?
Fui ao medico porque ando tudo esquecendo.

Pensei ser mal de Alzheimer,
mas a doutora disse que não.
Passei por uma espécie de choque .

E para conseguir ter forças para viver 
fiz questão do passado esquecer, ou bloquear .
Mas bloqueei tudo junto, na minha intensidade não separei nada.

A vida toda escrevi,
no jardim da infância enquanto todos brincavam, eu desenhava .
Na adolescências todas namoravam eu fazia poesias no meu cantinho.

No período de casada escrevia,
mas em muitas vezes minha declaração de amor no lixo parava.
Eu contudo jamais sou coitada, não me arrependo de nada.

Um amigo querido veio hoje me perguntar: posso dar dicas?
E meu coração foi se alegrar eu me senti tão querida.
Então, bem na hora que esse "pequeno" texto eu escrevia.

Devido ao desafio de outro amigo por mim muito querido.
Ele disse : "- Tire as reticências."
Eu agradeci pois vi tanto amor ali .

Então dedicarei também essa escrita a ti,
falei sobre minha avó que lançou livros,
e na sua morte queimaram um baú gigante cheio de poesias e contos.

Meu pai foi poeta e pintor, galeria de quadros montados em Curitiba.
 Bebeu e quebrou tudo .
Um japonês gritou: "- Num quebra! Eu compra! Eu compra!" 

E o homem seu hotel,
com quadros a óleo lindos ficou.
A nós filhos, nada restou, casas carros tudo ele acabou .

Meu amigo querido disse tens histórias,
escreva como contos .
Mas alguns melhor deixar pra trás.

Mas junto deixo também as virgulas
e tudo de belo na escrita.
Essa é a grande verdade ,então seja dita.

Falhei no desafio, a emoção me tomou.
E fui falar de histórias vividas.
Amo no grupo estar .

Confesso escrevo rápido correndo,
até sem pensar.
Vou pondo no papel tudo que meu coração mandar.

Porém reconheço que há ordem,
termos a seguir.
E junto a vocês, pontos vou lembrar.

E novos aprender,
de coração, obrigado por esse desafio,
obrigado pelas dicas .

Obrigado por existirem,
alguns acham loucura grandes textos,
mas somente eu sei porque escrevo.

É um prazer que queima no peito,
nunca, nunca mais escreverei a um homem que não merecer.
Na época eu pontuava lindamente .

E sabia toda diferença entre prosas, poesias, versos e rimas.
Hoje vou vivendo um pouco por dia, um de cada vez.
Creio que registro porque se um dia, eu memoria não ter.

Quero sentar e escutar alguém para eu ler.
E eu só quero lembrar que vivi .
E que essa lagrima que escorre agora nos meus olhos aos 37 anos.

Que eu possa me recordar aos 50, mais das minhas emoções do que dos meus erros.
Tentei não por reticências meu amigo, meu poeta querido .
Mas vou lhe confessar uso muito isso (...)

Por não saber qual pontuação usar,
Dia a dia minha memoria parece findar.
Mas não vou me entregar.

Vivo cada dia, e providências já fui buscar,
Sei que no teste falhei,
mas fui continuar, pois sou teimosa e não quis parar.

Escrevi já em pranto.
Deu saudades daquela velinha,
me contando os seus dias.

Fui buscar algo no google e ela encontrei,
meu primeiro desenho no lápis ela guardou toda a vida.
Cacilda dos Santos Loureiro, minha avozinha .

Dedico também essa escrita a você,
Pois assim como essas arvores que eu fiz sempre firmes na terra .
Como elas também possuo raízes, Por isso sou teimosa e caio, mas sempre fico firme .

Poetisa da chuva
www.facebook.com/theironlopes


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