domingo, 22 de março de 2015

Aos 25 anos...


Aos 14 tinha alma orvalhada.
Aos 22, eu era o seu diamante.
Era assim que você me chamava.

Aos 25, a pele quente e uma faísca nos olhos.
Caçando algo que torne a vida real.
Algo que de você, me salve.

Eu tenho um rosto dentro das pálpebras
E algumas promessas espalhadas pelo chão.
E as minhas insuportáveis noites?
Ah! As noites têm cheiro de perfume e uva,
e seu fantasma desperta dele.
E eu lhe pergunto:
"- Eu ainda sou seu diamante?"

Não conhecíamos freios, brincamos com os limites.
Vivíamos aos extremos, dois loucos no calçadão do centro.
Guardado, um segredo egoísta a espera de um milagre,
o de que o mundo naquele momento acabasse.

O seu diamante e também seu docinho de morango,
o que exatamente eu sou pra você?
Existe uma fogueira branca em seus olhos.
E eu fiquei no brilho dela, aprisionada.
Acho que era para mariposas, uma armadilha.
Mas eu não era um diamante...?

Bem querido, presumo que hoje aos 25,
transmuto á mercê de seus desejos.
Hora diamante, doce, mariposa.
Hora menina, mulher e esposa.
O que queres que eu seja hoje?

Decida rápido, antes que os 26, me mude..

(Rafaéle Dominguês)


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