segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Que a Lua provoque teu ciúme


Entardece mais tarde agora, 
quase verão por estes dias e horas.
Até os pássaros recolhem-se mais tarde, 
quando percebem o poente avermelhado.
Do amarelo forte ao vermelho paixão.
Deve estar como eu agora, 
apaixonado, sem poder ver sua amada a Lua, 
assim como o poeta a espera de uma imagem tua, a musa.

Quero pendurar na parede oposta, 
a foto, com delicada e fina moldura.
Uma fraca luz, apenas para realçar e destoar do restante da sala.
Onde passo meus dias a te esperar..., na fria penumbra.

Lá fora os ruídos da noite me assombram, 
será que terei tempo.
Que o tempo vai me aguardar, 
antes que você possa um dia chegar.
Irromper pela porta da frente, 
fazer barulho com seus saltos no assoalho,
me beijar com paixão, 
me conduzir pela mão, 
desnudar-me ao primeiro encontro.
Confesso que vou adorar, 
arrancar tuas vestes, 
sobre ti me deitar faminto, 
louco e apaixonadamente carregado de instintos.

Mas, apenas ouço neste momento, 
os ruídos da noite.
A coruja em cima da cerca, 
ao lado do portão no fim da ladeira.
Os grilos reclamando suas fêmeas, 
para o acasalamento.
Minha janela aberta vou deixar, 
deixar o luar penetrar
e cobrir meu rosto. 
Sinto o beijo dela, tua rival a Lua. 

Gerson Araujo Almeida

Um comentário:

  1. A lua nos faz companhia, ela é bela!...Não é possível ser rival de algo tão especial a ( LUA ).

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