domingo, 9 de junho de 2013

Mudando a roupa da educação


"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas..., que já tem a forma do nosso corpo" (Fernando Pessoa).

Liliane Paiuto Silva
www.facebook.com/liliane.paiutosilva

Considerei começar com essa frase que me acompanha há muito tempo, e que cabe perfeitamente na educação, que precisa estar constantemente mudando a roupa, misturando as cores, fazendo combinações e "descombinações", ora agradáveis aos olhos, ora confortáveis ao corpo.

Um dia durante uma palestra, um jovem palestrante, muito seguro e conhecedor do tema "Educação no Brasil" foi contrariado por uma professora que assistia a palestra, essa, com muitos anos de carreira, bateu no peito e disse: "Eu tenho 25 anos de experiência", o palestrante, muito calmo, respondeu com uma pergunta: "A senhora tem 25 anos de experiência ou 1 ano repetido 25 vezes?" (silêncio na platéia).

O que é a educação sem constantes mudanças? Como lidar com as crianças, seres em crescimento, formação e transformação constantes e inconstantes?

Muito se discute sobre métodos de ensino, teoria "Construtivista" por Jean Piaget, "Educação Libertadora" por Paulo Freire, "Sócio-interacionista" por Lev Vygotsky... "Pedagogia" de Freinet, Montessori, Skinner, Dewey e tantos outros. Teoria, teoria, teoria, todas essas manifestações da alienação explicam a inibição da criatividade, geralmente produzem uma insegurança, um medo de correr riscos (a existência humana é um risco), o risco da aventura de criar estimula o formalismo, que funciona como um cinto de segurança e nos mantém presos e estáticos.

Portanto mestres, professores, educadores, não se comprometam com uma teoria, não sigam a sua risca, quando na realidade o que precisamos é andar fora da linha, pisar fora da zona de conforto, estimular, orientar, encorajar, mudar de roupa. Não importa o método de ensino, mostre os resultados.

Respeitar a individualidade de cada criança, saber estimular, ensinar, direcionar, cada conquista, cada meta atingida, cada palavra aprendida é disso que vive um professor, é isso que alimenta a paixão pela profissão deverás desvalorizada em nosso país, é verdade, mas não podemos nos esquecer da mais importante recompensa, os olhinhos mais brilhantes, os sorrisos mais sinceros, as conquistas mais expressivas dos pequenos a nós confiados.

Educador, professor, mestre é preciso arregaçar as mangas, colocar em prática o dom de ensinar, não se escondam atrás de uma teoria, a prática nos leva à perfeição. Mudem de roupa!


Liliane Paiuto Silva
São Paulo - SP - Brasil
www.facebook.com/liliane.paiutosilva

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