sábado, 5 de janeiro de 2013

A Arte do Encontro


Desde sempre as pessoas sentem necessidade de interagir com outras, de encontrar amigos, de ter sua turma, sua tribo, de serem compreendidas, aceitas, amadas. E, em um determinado momento, de encontrar “aquela” pessoa especial, com quem pretende-se compartilhar a vida, ter filhos (ou não), enfim, aquele sonho romântico de encontrar alguém que as farão “felizes para sempre”, como nos contos de fadas...


Nem sempre o final é feliz, sabemos disso, mas não cansamos de buscar..., e hoje, as possibilidades desse encontro tem se ampliado consideravelmente, assim como as possibilidades de também muitos desencontros e decepções... Comigo, apesar de todos me acharem uma pessoa convencional, as coisas nunca aconteceram assim, certinhas, dentro do padrão..., sorte, destino, insensatez ou, simplesmente, timidez..., sei lá...
        
Como me casei é uma história para lá de estranha..., até pra mim. Incompreensível até hoje..., mas aconteceu. Eu, morando numa cidadezinha do interior, cercada de montanhas que às vezes pareciam isolar-me do mundo e da realidade..., sem muito para fazer além de ler romances açucarados e escrever cartas..., modalidade jurássica pré-internet. Era assim que fazíamos amigos, através de revistas que publicavam perfis de pessoas que queriam fazer amizade ou até namorar..., eu escrevia pelo simples prazer de escrever, indistintamente, tanto para rapazes como para moças. 
         
E foi através de cartas que o conheci..., nos correspondemos durante quatro anos, nos encontramos pessoalmente duas vezes e, na terceira, casamos. Viajei milhares de quilômetros para esse encontro. Fui feliz, sofri, amei, chorei, lutei, venci. E cheguei até aqui, coração inteiro, ainda acreditando no amor.
        
E, no final, o que importa não é a maneira como o amor chega. O importante é que ele chegue..., se por cartas, telefonemas, internet, no trabalho, na escola, na balada..., em qualquer lugar, a qualquer momento... mas que esse encontro, afinal, aconteça. E que quando acontecer, tenhamos a sensibilidade de reconhecê-lo  e de saber que nada é fácil, que a magia do encontro é só o começo e que saber amar, essa sim, é a verdadeira arte.

Isabel Menezes      


Isabel Menezes 
São José do Rio Preto - SP - Brasil
http://isabelborboletando.blogspot.com.br/



2 comentários:

  1. Hoje, fica mais estranho e mais fácil, encontrar pessoas nas redes sociais, não mais por cartas ou bilhetinhos, temos os celulares, acoplados a internet, nos blogs e smns da vida, fica mais fácil, é mais rápido, basta ainda ter o cuidado de saber que atrás da foto, dos avatares, realmente seja a pessoa que se comunica, com antes depois da carta, tínhamos nossas surpresas, ainda hoje temos, agradáveis ou não. Basta deletar.

    ResponderExcluir
  2. Bom dia, poeta! Eu, tímida como sou, tenho mais facilidade para encontrar pessoas pela net, mais do que pessoalmente, pois não sou de frequentar baladas e não seria nestes lugares que encontraria alguém que me interessasse. A net tem promovido encontros que dão certo, pelo pré-conhecimento que se tem do outro. Mas, como diz o texto, não importa o meio, importa mesmo é que o encontro aconteça. Bjs

    ResponderExcluir